Fim da relação. Preso preventivamente no dia 11 de dezembro, em virtude da Operação Limpidus, que investiga o repasse de ingressos de futebol para torcidas organizadas, o assessor do presidente Pedro Abad, Artur Machado, foi solto no dia seguinte, após decisão da Justiça. Seu ciclo no Fluminense se encerraria ali. Um dos homens de confiança do mandatário tricolor, Artur enviou uma notificação, confirmada pela assessoria do Tricolor, entregando o cargo e recusou que os advogados fizessem sua defesa, conforme apuração do portal NETFLU.
Depois de dispensar os advogados do Flu, a família do – agora – ex-assessor de imprensa da presidência tricolor contratou um dos escritórios mais badalados do Rio de Janeiro, o “Bergher e Mattos”. Já tendo defendido clientes como o pagodeiro Belo, o jogador Adriano Imperador, o empresário Eike Batista e o ex-governador do Rio, Sergio Cabral, os novos representantes de Artur acreditam numa resolução rápida do caso.
– A acusação é improcedente integralmente. A gente pretende que essa denúncia seja rejeitada logo de início, após a apreciação da nossa resposta. A denúncia contra ele não tem qualquer substância e a gente pretende obstar essa ação penal assim que o magistrado aprecie nossas preliminares, que serão articuladas na resposta prévia à acusação – disse o advogado Marcello Ramalho, que também faz parte do escritório junto a Ary Bergher e Raphael Mattos.
Por determinação da Justiça, Artur Machado cortou qualquer contato com pessoas envolvidas com o Fluminense, para evitar problemas na investigação. A própria linha de celular do ex-assessor foi inutilizada, por ora, após a saída da prisão. Marcello Ramalho explicou o contexto.
– É uma decisão judicial que proíbe que ele entre em contato com qualquer dirigente, qualquer pessoa relacionada ao clube. Foi decisão do juiz como uma contra cautela – frisou o advogado ao portal número 1 da torcida tricolor.
Questionado se Artur pensava em processar o clube por conta da prisão, já que, em depoimento, o presidente Pedro Abad explicou que todos seguiram suas ordens, o advogado destacou não saber qual é o desejo do cliente neste sentido, já que não responde pelo âmbito trabalhista.
– A gente não tem qualquer ingerência sobre isso. Só conduzimos o processo na esfera criminal. Isso aí é da expressionalidade dele, que a gente não sabe qual é – concluiu.
No início de dezembro, a Operação Limpidus, conduzida pela Polícia Civil, com apoio do Ministério Público do Rio de Janeiro, foi responsável pela expedição de dez mandados de condução coercitiva. Dentre os nomes, além de Artur, constava o de Pedro Abad e o do funcionário do marketing do Flu, Filipe Dias. O caso repercutiu de forma negativa no Fluminense, sobretudo pelo fato do grupo de apoio à gestão, a Flusócio, sempre se manifestar contra a cessão de bilhetes para organizadas.
Diferentemente de Artur Machado, Filipe Dias segue sendo defendido pelos advogados do clube. O Ministério Público sugeriu, há duas semanas, nova prisão dos funcionários, mas não teve seu pedido levado adiante pela Justiça. As investigações da Operação Limpidus continuam e novos detalhes devem ser divulgados no início do ano que vem.