Fala, galera!
Não é de agora que temos percebido que o Fluminense já não chama tanta atenção mais, por ser um clube onde os melhores jogadores sonham em atuar. Hoje, nem os medianos querem. Diferentemente das épocas em que o futebol era “outro”, dos tempos de Rivelino, Romerito, Assis e Washington, até as recentes conquistas, que tivemos Fred, Conca, Thiago Neves, Deco e cia.
No início deste ano, Abel Braga pediu a contratação do volante Matheus Sales. Ele preferiu seguir para o Bahia. Com todo respeito ao time de três cores do Nordeste, o Flu não poderia perder nesse tipo de negociação. Para nossa sorte ou azar do atleta, foi reserva por lá. E por falar no “baêa”, Edson foi emprestado para o mesmo time e faz questão de ficar por lá. Mais um que não quer o Fluminense.
Para aumentar a lista, foi noticiado nos últimos dias que a negociação de Gustavo Scarpa com o Palmeiras deve melar porque os atletas de lá não querem vir pra cá. São os casos de Michel Bastos e Roger Guedes. Pode até ser que venham, mas não será fácil convencê-los.
Raul Prata, do Sport, que nem mesmo a Copa Sul-americana vai jogar no ano que vem, revelou que recebeu uma proposta do Fluminense, mas, adivinhem? Quer permanecer no rubro-negro e já renovou o contrato. E não para por aí! Lucca, do Corinthians, que atuou pela rebaixada Ponte Preta nesta temporada, foi um pedido de Abel Braga e também recusou jogar no tricolor.
Fora de campo também há recusas. Depois de Parreira recusar a vice-presidência de Futebol, René Simões, ex-treinador do Flu, rejeitou o cargo de gerente. Sobre o Fabiano Camargo, o dentista vp de futebol, falarei em outra postagem.
O porquê?
Talvez as respostas não sejam tão difíceis. Quem acompanha o NETFLU está cansado de saber que o Fluminense está num processo de desvalorização, por conta de sucessivas decisões equivocadas, de Peter Siemsen a Pedro Abad. No futebol, carro chefe do clube, o corte será de 25%, como exibe o orçamento para 2018. Algo em torno de R$ 46 milhões. No quadro social, o aumento nos investimentos é praticamente na mesma porcentagem de redução do futebol. Um upgrade de R$ 3,7 milhões, cifras menores, é verdade, mas na mesma proporção. É inadimissível que o maior corte seja no principal produto do clube.
O clube não tem capacidade de honrar os compromissos em dia. Salários e direitos de imagem atrasados há meses e não há perspectiva de melhora, já que o Flu não consegue captar novas fontes de receita e o rombo nos cofres do clube é milionário.
O plano ultra-conservador dos cartolas tricolores também afasta qualquer atleta e profissional com grandes ambições. O teto salarial para a próxima temporada será ainda menor. Sabemos que salários astronômicos estão fora da realidade do futebol brasileiro. No entanto, o clube não pode deixar de pensar grande e buscar atletas capazes de fazer o Fluminense brigar pelas competições que vai disputar. É preciso planejar melhor e trazer de volta o conceito no mercado para atrair novos patrocinadores.
O tão falado patrocinador master, que não temos desde a saída da Viton 44, do pessoal do Guaravita, sozinho não resolverá o problema. Como já publiquei algumas vezes nesta seção, o plano de sócio torcedor do Flu é muito limitado. Precisa ser mais atraente para engajar o torcedor, levá-lo à arquibancada e consumir produtos e serviços do clube com mais frequência. Nem mesmo uma loja virtual para que os torcedores adquirem produtos oficiais o Fluminense tem. Vejam quantas oportunidades perdidas. Até o Samorin e o NETFLU têm e-commerce. Ações razoavelmente simples para pessoas bem remuneradas que lá estão colocarem em prática.
Para piorar, o presidente e parte de sua equipe estão sendo acusados por crimes em ação conjunta da Polícia Civil e Ministério Público estaduais. Dois funcionários do clube, inclusive, já foram presos acusados de formação de quadrilha.
Onde vamos parar?