Até terça-feira, Alexandre Torres tocava o planejamento do departamento de futebol do Fluminense. Concedeu entrevistas para a TV Bandeirantes e Rádio Globo. Nesta quarta, foi comunicado de sua demissão do clube. Surpreso, mas não magoado, o agora ex-dirigente tricolor explica que chegou com o planejamento já montado e não acredita que tenha sido usado como bode expiatório.
– Não vou falar isso. Os resultados não aconteceram e a diretoria entendeu que era preciso fazer uma mudança e a mudança está começando por mim. Não fico feliz com isso, lógico que não, mas não vou ficar chorando em cima do leite derramado. A única coisa que posso falar para o torcedor é que fiz o meu melhor, vesti a camisa, fiz o que foi combinado desde o primeiro dia que cheguei nas Laranjeiras. O planejamento se deu da seguinte forma: tínhamos de cortar custos da folha de pagamento e nosso trabalho era levar o time sem aumentar os gastos durante toda a temporada. E isso foi cumprido. O resto não posso dizer. Quem pode dizer algo diferente é a diretoria. Não estou magoado, mas não esperava. Trabalho há 37 anos no futebol e é a primeira vez que sou dispensado. Estou um pouco surpreso e sem saber o que fazer. Mas não adianta ter mágoa. Não quero ter as portas fechadas no Fluminense, que é o clube onde comecei minha carreira. Todos dizem que futebol é dinâmico. Daqui a pouco a gente volta para o clube, nessa função ou em outra. Eu preciso trabalhar, sustentar a minha família e é a única coisa que sei fazer é futebol. Modéstia a parte, conheço bem. É uma decisão da diretoria, ela tem o direito de mudar de planos e fazer melhor o que acha para o clube – comentou Torres.