Marcelo Teixeira reconhece preocupação com elenco jovem, mas ressalta imposição financeira

Gerente do Fluminense afirma ter sido comunicado que o ano seria de poucos investimentos no time

(Foto: Nelson Perez - FFC)

Um dos membros do comitê gestor do Fluminense, o gerente geral da base Marcelo Teixeira admite os riscos do time deste ano ser recheado de garotos. Os reforços para o grupo foram em sua maioria da base ou retornando de empréstimos. Por outro lado, Teixeira destaca a situação financeira.

Segundo o gerente, a ordem de montar o elenco sem grandes gastos veio de cima da gestão do presidente Pedro Abad.

 
 
 

– A questão da falta de dinheiro, o orçamento, isso foi trazido ao futebol. Foi colocado: “o ano vai ser esse”. O futebol entendeu o que foi trazido pelo presidente, antes de contratar o Torres e o Abel. Isso não foi uma decisão do futebol, veio de cima. Jogar um Campeonato Brasileiro, sem fazer investimento, é um risco, realmente, alto. Em paralelo, existia a ideia de que haveria um aproveitamento mais racional da base, dos atletas que rodavam emprestados e dos que estavam no Samorin. Havia a convicção de que esses jogadores, que fizeram boa Série B, casos do Léo Pelé, Lucas Fernandes e do Reginaldo, e que tinham destaque no Samorin, como Peu, Marlon Freitas e Luquinhas, a gente sabia que eles iam ajudar a formar o elenco, mas que ainda eram jovens e iriam continuar o seu processo de desenvolvimento – disse, seguindo:

– O risco foi colocado a todos. Pois o clube foi claro. A nova gestão, associado à nova legislação, especialmente o Profut, que obriga a cumprir as obrigações, mais as dívidas do passado, o caminho não era fácil, mas o real. E que todos no mesmo barco teriam de seguir. Havia o desejo de aproveitar a base, mas se sabia que ela não poderia sustentar todo o projeto.

Contra a LDU, por exemplo, a classificação para as quartas de final da Sul-Americana no Equador foi alcançada com nove jogadores da base em campo. Por mais que comemore, Teixeira também reconhece a preocupação.

– Eu falei isso no clube no dia seguinte. Foi bacana a classificação, uma felicidade extrema, mas temos de saber que usando nove atletas da base dificilmente vamos conseguir grandes feitos. Aquele dia, tudo bem, teve atletas machucados e suspensos, como Henrique Dourado. A mescla é importante, assim como ter um elenco mais experiente – afirmou, antes de completar:

– A classificação contra a LDU, com nove jogadores da base, não é motivo de orgulho. É de preocupação. Não se pode ter elenco tão jovem em jogo tão importante.