Acusado de vários crimes, presidente do Comitê Olímpico Brasileiro é preso

Dirigente teria participado de compra de votos para o Rio sediar Olimpíadas

O presidente do Comitê Olímpico Brasileiro (COB) e do Comitê Rio 2016, Carlos Arthur Nuzman, foi preso em casa, na manhã desta quinta-feira, no Rio de Janeiro. A prisão dele é temporária, por cinco dias. Agente da Polícia Federal (PF) e do Ministério Público Federal (MPF) também prenderam o braço-direito de Nuzman, Leonardo Gryner, que foi diretor de operações da Rio 2016.
A dupla é acusada de corrupção, lavagem de dinheiro e organização criminosa. Nuzman ainda é acusado de intermediar a compra de votos para que integrantes do Comitê Olímpíco Internacional (COI) elegessem o Rio de Janeiro como sede da Olimpíada realizada no ano passado. A prisão dele foi autorizada pelo juiz Marcelo Bretas, da 7ª Vara Federal Criminal. A alegação é que, no mês passado, ele teria tentado ocultar bens – logo depois de a PF ter cumprido um mandado de busca na casa de Nuzman.

A operação desta quinta-feira é um desdobramento da Unfair Play – expressão que no esporte signfica “jogo sujo”. Esta foi mais uma etapa da Operação Lava-Jato.

De acordo com a PF, o esquema de corrupção envolve ainda o ex-governador do Rio, Sérgio Cabral – que está preso desde novembro do ano passado. Em junho, Cabral foi condenado pelo juiz Sérgio Moro a 14 anos e dois meses de prisão por corrupção passiva, ao pedir e receber vantagem indevida no contrato de terraplanagem do Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj) e outros 12 crimes de lavagem de dinheiro.

 
 
 

As investigações apontam que Nuzman e Gryner foram os agentes responsáveis por fazer a ligação entre o esquema de propinas de Cabral e membros africanos do COI, por meio do empresário Arthur Soares.