Uma operação da Polícia Civil e do Ministério Público do Rio de Janeiro investiga o pagamento de propina ao Corpo de Bombeiros para a liberação do Estádio Giulite Coutinho, em Edson Passos, em 2016. O documento do alvará e do laudo de prevenção teria sido fraudado e há uma gravação que comprovaria a ilegalidade.
– Em determinada conversa, isso é dito. O estádio funcionou sem autorização. Foi dada uma autorização prévia sem o cumprimento das exigências – afirmou a delegada Renata Araújo, da delegacia fazendária.
Entenda o caso abaixo:
Quem negociou a propina: o America ou o Fluminense?
Os responsáveis pela investigação não revelaram.
Em qual setor do Corpo de Bombeiros surgiram as suspeitas?
As investigações começaram a apurar a prática criminosa no grupamento de Nova Iguaçu (responsável pela área do Giulite), mas a polícia identificou que o grupo atuava em um âmbito maior e a prática criminosa atuava em outros municípios.
O esquema de corrupção ocorria principalmente no setor de engenharia do 4.º Grupamento do Bombeiro Militar de Nova Iguaçu, do 14 º Grupamento do Bombeiro Militar de Duque de Caxias e do Grupamento de Operações com Produtos Perigosos, do qual participavam oficiais bombeiros militares responsáveis por expedir documentação indispensável para o funcionamento de qualquer estabelecimento comercial. Os presos estão sendo levados para a Cidade da Polícia.
Como funcionava o esquema?
Os militares recebiam propina para expedir os laudos técnicos de diversos estabelecimentos comerciais, tanto de pequeno, médio e grande portes. Para conceder essas licenças, os bombeiros deveriam avaliar as instalações hidráulica e elétrica, assim como o posicionamento da saída de emergência e outros aspectos ligados a segurança do local. As licenças eram vendidas por R$ 750 até R$ 30 mil.
Mais gente pode ser presa?
A operação foi deflagrada para cumprir mandados de prisão contra 35 bombeiros e três empresários, denunciados pelo crime de organização criminosa. Também serão cumpridos 64 mandados de busca e apreensão, incluindo o Quartel-General da Corporação.
Como é a parceria entre America e Fluminense?
Com o Maracanã cedido ao Comitê Rio 2016, o Tricolor procurou uma alternativa para mandar seus jogos. Firmou uma parceria com o América. O Giulite Coutinho, porém, sempre teve problemas na liberação pelas autoridades tanto no alvará de funcionamento da prefeitura de Mesquita quanto no Corpo de Bobemiros.
Pelo acordo entre os clubes, o América era o responsável por liberar o estádio. E o Tricolor arcava com o custo de reformas e manutenção. Desde 17 de julho de 2016, o Flu mandou 14 jogos lá.