A maior entidade de futebol do país até tentou, sem sucesso, colocar um obstáculo no lançamento do livro de Romário, marcado para o próximo sábado. A obra tem o título “Um Olho na Bola, Outro no Cartola” e trata dos bastidores da atuação do Baixinho enquanto senador e presidente da CPI do Futebol, que investigou, por exemplo, o presidente da CBF, Marco Polo Del Nero.
A Justiça negou de cara o pedido da CBF para que a Editora Planeta, responsável pela publicação, fosse notificada quanto ao risco eventual de publicar informações que estão sob sigilo de Justiça. Uma ação foi ajuizada pela CBF no Tribunal de Justiça de São Paulo, mas o juiz Fabio de Souza Pimenta não levou em conta a argumentação da entidade.
O magistrado argumentou que a CBF “não especifica e nem discrimina quais são, exatamente, os dados e documentos que viriam a público e que ofenderiam a garantia à privacidade e intimidade das pessoas a quem se referem”.
O juiz continua e cita que ainda que houvesse tal discriminação dos dados, a CBF não teria legitimidade para pedir o veto em nome de terceiros.
O despacho ainda prossegue dizendo que “não caberia proteger-se a confidencialidade de informações que digam respeito à gestão da sua atividade maior”, neste caso, o futebol. O argumento é que o esporte “pela sua importância histórica e interesse que desperta em toda a população – até mesmo como símbolo nacional e elemento da identidade do Brasil no exterior – deve merecer o tratamento de bem público cultural da população brasileira”.