Gustavo Scarpa, cobrado por erros em passes por parte da torcida, defendeu-se dizendo que sempre tentava os mais difíceis e jamais se omitiria. Um estudo feito pelo Departamento de Ciências de Dados e Estatística (DECIDE) do clube mostra que apenas parte da declaração do apoiador é correta. Seu índice de aproveitamento é bem alto e eficiente quando se trata de passes fáceis, difíceis e nas assistências. Ele é o líder no Campeonato Brasileiro num quesito determinado pelo DECIDE como “assistências esperadas”.
O modelo adotado tem como objetivo qualificar todos os passes e cruzamentos para finalizações, principalmente, levando-se em consideração o local do campo de onde eles saem, dando uma maior pontuação aos toques terminados em zonas com maior chance de gol.
– Por este método são incluídos os passes e cruzamentos que não resultam em gols. Além de não penalizar o passador por uma possível grande chance perdida, temos com as assistências esperadas uma métrica mais justa para avaliar a contribuição real do passador dentro da chance de gol criada. Assim evitamos atribuir peso de assistência, por exemplo, a um passe terminado no campo de defesa como o que antecede o gol do Maradona na Copa de 86, que avança mais de 50 metros com a bola – explicou Esporte Pedro Pereira, coordenador do DECIDE.
Scarpa lidera esse quesito no Brasileiro com 5,91. O segundo melhor na estatística é o meia atleticano Cazares.
Os especialistas também vêem em Gustavo Scarpa um ótimo índice de aproveitamento nos “passes esperados”. Seu percentual no quesito é de 80,7%. A qualificação para essa modalidade qualifica os passes diferentemente por posição. Por exemplo, zagueiros costumam pegar a bola e tocar de lado. Os meias buscam passes de maior complexidade. Há pesos diferentes.
– Neste modelo temos o campo dividido em 77 áreas de igual tamanho e, a partir de uma base de dados colossal de eventos passados, calculamos o percentual de acerto que devemos esperar para passes das mais variadas distâncias, direções, sentidos, pontos de origem e de destino no campo. Com isso, podemos saber, por exemplo, que o Scarpa alcança um índice de acerto de passes próximo aos 80,7% que dele são esperados – disse Pereira.
