O fato de ser mais um jogador formado em Xerém (e aproveitado por Abel Braga em 2017) coloca o lateral-esquerdo Mascarenhas em pé de igualdade com outros 17 do grupo tricolor. O que difere o menino de São João de Meriti dos outros é que ele, ao disputar o último Fla-Flu, se tornou o primeiro jovem revelado em uma escolinha oficial a participar de um jogo entre os profissionais.
No último domingo, Mascarenhas foi destaque ao estrear no time de cima no empate por 2 a 2 com o Flamengo. Depois do jogo, Abel Braga gerou certa comoção ao revelar uma conversa com o jovem, que substituía o titular Léo, barrado. “Eu disse a ele: ‘Já marcou o Vinicius Júnior?’. Ele: ‘Já, professor’. Perguntei como foi. Ele disse que perdemos na Gávea de 4 a 0. Falei: ‘f…'(risos)”, disse ele, arrancando gargalhadas dos jornalistas em uma tentativa de mostrar confiança no garoto.
A ligação de Mascarenhas com o Fluminense teve seu pontapé inicial quando Cesar, seu pai, o inscreveu no projeto “Guerreirinhos” de sua cidade natal. A força física e a boa qualidade em chutes e cobranças de falta logo chamaram a atenção dos professores da unidade. Estava iniciada a trilha que o levaria para Xerém.
Um ano depois, começou a jogar nas categorias menores do Fluminense, mas fincou raízes por lá quando a coisa começou a ficar mais séria. Há uns três anos, a família se mudou de mala e cuia para uma casa mais próxima do CT tricolor.
Mesmo com contrato assinado até 2019, Mascarenhas ainda vive no mesmo local. Para não encarar o trajeto de 1h30 até o CT dos profissionais, na Barra da Tijuca, Mascarenhas não dispensa a van do clube que oferece esse transporte diariamente.