E Laranjeiras?

E Laranjeiras?

A Prefeitura do Rio e o Flamengo firmaram um compromisso para a construção de um estádio acústico na Gávea. A princípio, as partes falam apenas em “protocolo de intenção” para o tema. Nesta sexta-feira, o prefeito Marcelo Crivella e o presidente do Rubro-Negro, Eduardo Bandeira de Mello, vão conceder uma entrevista coletiva no Auditório do Centro Administrativo São Sebastião, na Cidade Nova (…).

Fala, galera! 

 
 
 

O trecho acima é de matéria publicada pelo Lance e, também, replicada por outros veículos de imprensa. O presidente do Rubro-Negro e o atual prefeito do Rio, Marcelo Crivela, numa coletiva, divulgaram a informação. Informação essa que muito me preocupa.

Com um potencial de geração de receitas maior que os rivais no estado, o Flamengo, através da gestão de Bandeira de Melo, está se fortalecendo a cada ano. Centro de treinamentos – assim como o Fluminense -, projeto de estádio próprio que deve mesmo sair do papel, faturamento elevado em cotas de TV, sócio-torcedor, etc.

Penso que os outros grandes clubes cariocas precisam se movimentar – para ontem -, senão ficarão para trás. Com o inchaço da máquina pública, em algumas poucas décadas, a cidade do Rio não terá mais espaço para quatro equipes do mesmo patamar. Doa a quem doer, quando chegar este dia, o nosso maior rival lá estará, grande. Cabe ao Fluminense se mexer, – repito, para ontem – para que no mesmo dia seja o outro grande clube da cidade. E não disse segundo grande time da capital. Falei, o outro grande time. Assim como já é em Minas Gerais, Rio Grande do Sul e em muitas outras praças, no Rio, haverá apenas uma grande rivalidade. Que seja o Fla-Flu.

Um dos projetos criados para modernização do Laranjal (Divulgação – Eric Menezes)

E para que isso aconteça, o Fluminense, além dos problemas extra-campo que precisam ser resolvidos, ou, pelo menos, a maior parte deles, tem que viabilizar o seu próprio estádio. O pior mal que aconteceu aos times do Rio de Janeiro foi o Maracanã. Nos acomodou!

Por falar em Maraca, ele sempre estará ali. Mas não pode ser um alicerce do Tricolor. A cada evento na cidade ou mudança de governo, mudam-se os planos para o “Maior do Mundo”. Como ele sempre estará ali, atende perfeitamente para jogos de maior porte, que comportem mais público. Nos padrões atuais, Laranjeiras, com capacidade de, pelo menos, 25 mil presentes, atenderia, no mínimo, a 70% dos jogos do Tricolor.

O Atlético em Belo Horizonte já tem um modelo de sucesso nesses padrões. Sufoca e aniquila os seus adversários no “Horto” e, se necessário, há o Mineirão para suportar a massa. Voltando brevemente ao Maracanã, custa muito caro para os clubes atuarem por lá. Em casa, o Fluminense poderá aumentar envolvimento com sócios torcedores, terá um caldeirão, valoriza o ativo do clube e fará mais receitas.

E o estádio na Barra da Tijuca?

Sabemos que em época de campanha eleitoral, há muitas promessas e o estádio próprio, moderno, está sempre em pauta. No entanto, após o cenário político, a realidade é diferente. Mas não quero entrar nesse mérito. Pelo menos, por enquanto. Com relação ao estádio em Laranjeiras, creio que a situação é semelhante ao Maracanã. Entra gestão, sai gestão, mudam-se os planos. A saída? Participação dos sócios na tomada de decisão? Talvez!

Ah, Rafael, os sócios já decidem. Eles votam e confiam na gestão A, B ou C. Ficamos, de certa forma, de mãos atadas. Mas imaginar que Laranjeiras fique apenas à disposição das divisões de base, jogos dos garotos, é abrir mão de um bem imensurável. A nossa casa vira um velho elefante branco. Mencionei em outro post os benefícios que seria levar os treinos de sábado para a Álvaro Chaves. Mais ainda seria, se tornasse um palco possível a receber os jogos do Fluminense.

Dhaniel Cohen e Heitor D´Alincourt já fazem um belo trabalho resgatando a história do clube onde nasceu o futebol brasileiro. Já temos um lindo museu, expondo nossas taças, conquistas e recheada história. Que tal fazer das Laranjeiras a nossa Bombonera, onde podemos abrir as portas do clube a tricolores e não tricolores, brasileiros e estrangeiros, conhecerem mais o Fluminense e, para terminar, subir as arquibancadas e torcer?

Vamos acordar, Fluminense! Quem sabe a nossa torcida não tenha voz e, juntos, podemos reerguer esse palco.

Saudações!