(Foto: Reprodução FluTV)

De volta ao Fluminense, após ter entregado seu cargo, no ano passado, para apoiar Mário Bittencourt nas eleições, o diretor de saúde do clube, Michael Simoni, saiu em defesa de todo o departamento médico tricolor. Segundo ele, as críticas ao DM deveriam ser direcionadas a quem deu a entrada no Scarpa. Além disso, ele comentou sobre os motivos que levaram à demora de um diagnóstico preciso no caso do atleta.

“Sobre o Gustavo Scarpa

 
 
 

Em 2010 quando saí do futebol profissional prometi que não voltaria a ser médico profissional de futebol e a cada dia sei que tomei a decisão certa. Entre muitos motivos estão o fato de que leigos criticam e usam pesos e medidas baseados em fanatismo e ansiedade. Inicialmente não defendo o Dr. Douglas Santos e sua equipe simplesmente porque eles não precisam de defesa. Há mais de 5 anos chefia com brilhantismo o DM, operou inúmeros atletas e manteve junto com o Filé nosso DM vazio a maior parte do tempo. A lesão do Scarpa é atípica, incomum. Leigos banalizam a ressonância magnética, principalmente no futebol. Se a ressonância fosse critério para jogar acho que não entravam 11 em campo. Dr. Douglas fez a radiografia normal, evoluiu o jogador de acordo com o quadro clínico e quando percebeu a anormalidade na evolução solicitou um exame de ressonância magnética, chamado de complementar. Na minha vida como cirurgião de ombro deixei de operar inúmeros casos onde a ressonância sugeria uma coisa e a clínica outra. Fraturas ocultas, edemas ósseos são diagnósticos da era da ressonância que como qualquer máquina tem q saber ser usada. Dr. Douglas e sua equipe merecem minha completa admiração e elogios pelo trabalho que vem sendo feito há décadas. Li absurdos como “devem demitir todo DM… quanta bobagem de gente que certamente jamais se olhou no espelho e acha que ser médico é brincar de Deus. Pois não é. Gustavo Scarpa não vai ficar de fora por causa do Dr. Douglas ou do DM e sim porque levou uma entrada criminosa numa partida de futebol. O resto é fanatismo de gente que não tem a humildade de reconhecer que entende de fratura a mesma coisa que eu de construção de foguetes. A repercussão em cima de casos desses no Fluminense é ao meu ver demonstração de falta de bom senso. Reflitam, pensem e pesquisem o que foi o DM do Fluminense nos anos que se passaram. Tenham orgulho dessa galera que se dedica diariamente buscando o melhor na ciência mais inexata que existe. Culpem quem deu a entrada nele e não quem se empenha para colocar ele de volta no campo.”