Ultimamente, os técnicos jovens e ditos “estudiosos” estão em moda no futebol brasileiro. Apontados por dirigentes e parte da mídia como salvadores da pátria, vão ganhando espaço em detrimento de outros com maior experiência. Situação essa que incomoda Abel Braga. Em nome dos treinadores com maior rodagem, o Abelão acaba de conquistar a Taça Guanabara com o Fluminense e não se mostra contrário à renovação, mas exige respeito com os demais comandantes.
– Renovação é normal. Não pode é confundir. É que aqui ninguém tem projeto de nada, ninguém analisa trabalho. Aqui é perdeu tá fora. Todos esses caras da minha geração, nós já ganhamos muito. Eu tenho 32 anos de técnico, com 35 anos tinha meu primeiro título estadual. No ano seguinte, assumi o Inter e era o mais jovem técnico do Brasileiro, fomos vice-campeões. Escutei muita bobagem no ano passado. Eu não trabalhei porque não quis. Não apagou nada do que penso de mim, da minha conduta, do que penso de ser. Às vezes escuta-se coisa que não se gosta de escutar. Você escuta e pensa: “quem é esse cara?. Já chutou uma bola? Fala baseado em que?”. Dizem que fui contra as duas torcidas, mas não fui contra. Fui a favor de uma forma de educar (com torcida única no estádio). O que vocês fizeram foi fantástico. Não são os técnicos velhos. Têm qualidade. Falar do Oswaldo (de Oliveira)… O Geninho foi campeão brasileiro com o Atlético-PR (em 2001). Fico feliz. Nunca saí de papagaio, vestido de pena na cabeça. O técnico participa do espetáculo, vai lá com a camisa do clube, dá entrevista e é o único que não recebe direito de arena. Por que? É normal a renovação, mas existe a chance maior de acerto com projeto do que viver em cima de resultados. Não foi à toa que o Fluminense chegou nesse momento. Os técnicos precisam de respeito, o resto a gente tira de letra – comentou.