Encerrada a era dos Guerreiros, Abel vem tentando implementar no Fluminense o Time de Alegres, daqueles que propõem o jogo com felicidade, leveza. Independentemente do resultado da partida. O grande barato está em animar a plateia, levantá-la, fazê-la assistir algo agradável, que lhe apeteça e lhe dê a sensação de que sua ida ao estádio não foi em vão. Sabe que para isso precisa de um time com alma, comprometido, que lute por cada palmo do gramado. A técnica pode até não ser um primor – e, de fato, não o é –, mas a doação, a “alegria”, estas não podem faltar. A goleada sobre o Vasco confirma uma vocação desta equipe de agredir, ir para cima. Nos desafios de 2017, contra Serra Macaense (6 a 1), Friburguense (3 a 0), Madureira (2 a 1), Criciúma (3 a 2) e Vasco (3 a 0), o Fluminense só não fez ao menos três gols contra o Tricolor Suburbano – ainda assim o venceu, de virada. Embora precoce, é bem interessante este começo de trabalho de Abel, em sua terceira passagem pelas Laranjeiras. Convém acompanhar com interesse a maneira como o treinador vem estruturando a equipe mais modesta entre as que já dirigiu no clube. Beleza só não põe mesa, sabemos, pode estar aí a explicação para a largada positiva. Mas Sornoza põe, outro motivo para o bom retrospecto recente. Ao lado de Orejuela, excelente no clássico, os equatorianos vêm, também com Douglas, Scarpa e cia, retalhando novamente a outrora combalida alma tricolor. Foi só a estreia, é verdade – e contra um Vasco que deve estar preocupando seriamente o seu torcedor. Martín Silva evitou desastre maior. O 3 a 0, no fim, ficou barato para a equipe de Cristóvão. E um grande barato para o torcedor do Flu. Feliz, neste domingo. Com um ainda arremedo, mas encaminhado, Time de Alegres. *** Leia também “Estreia dourada”, deste colunista, no Blog Terno e Gravatinha, há dez anos no ar. Curta também a nossa fanpage.
João Marcelo Garcez é jornalista, publicitário e autor de inúmeros livros sobre o Fluminense. Profissional da área de Comunicação Social, trabalhou na TV Globo (autor-roteirista), no portal G1 (Globoesporte.com), nas empresas DM9DDB e 24\7 Inteligência Digital (SP), do Grupo ABC, do chairman Nizan Guanaes, e na QJ Comunicações. Tricolor nato e hereditário, o carioca João Garcez, entre outros ofícios, foi ainda repórter do Jornal dos Sports e editor-chefe de O Debate, jornal do Norte Fluminense com circulação em municípios daquela região.
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