Ex-dono do Banana Golf, empresário milionário e, acima de tudo, um voluntário em prol do Fluminense. O último adjetivo é utilizado pelo vice-presidente de projetos especiais, Pedro Antônio, para sintetizar sua relação com o Tricolor. Idealista, o dirigente sempre fez questão de sinalizar sua ajuda ao clube. Em entrevista exclusiva ao NETFLU, Pedro revelou que os auxílios financeiros são bem anteriores às obras do centro de treinamento, comandadas por ele, na Barra da Tijuca. Até para o Time de Guerreiros conseguir negociar Conca, em 2014, ele teve de intervir.

– Eu emprestei dinheiro para o Fluminense muito antes das obras do CT. Eu emprestei para que o cube quitasse as contas do Conca quando houve a saída do jogador, negociada pelo Celso Barros e por Mário Bittencourt. O Mário negociou a saída do Conca lá de Miami, Orlando, passeando com a família, com o Fernando Simone. Para estar nas condições de negociador, você não pode estar devendo ao jogador. O Fluminense não tinha dinheiro, eu emprestei. Foi feito um contrato e na época eu emprestei R$ 164 mil e pouco. Parece nada para o tamanho do Fluminense, mas era uma montanha de dinheiro que o clube não tinha para acertar as contas – destacou.

 
 
 

Um dos nomes mais importantes por trás da eleição de Pedro Abad, que tomará posse nesta terça-feira como novo presidente tricolor, Pedro Antônio não esconde a satisfação de ser peça importante no clube. Viabilizando vários milhões de reais aos cofres da instituição verde, branca e grená, o vice de projetos especiais já bancou até salários atrasados, premiações e impostos não pagos, sem cobrar juros por isso.

– O Fluminense sempre cumpriu, vem me reembolsando sempre: os empréstimos que eu fiz na época do Conca, para salvar 20% na participação de Marlon, Kenedy, Gerson, para ajudar a pagar o salário, prêmio do Campeonato Brasileiro, que tinha sido penhorado. Tinha gente desesperada todos os dias, pegando empréstimo, porque contava com o dinheiro da premiação do Brasileiro. A “rádio peão” sabe a verdade. Quando nós entramos no REFIS, em outubro de 2014, precisávamos pagar R$900 mil de impostos em setembro. O Fluminense não tinha o dinheiro, iria perder milhões. Se não me falhe a memória, foi R$ 896 mil e “tum”. Depois havia outra parcela e emprestei mais de R$1 milhão. No dia 10 de outubro de 2014, o Fluminense me reembolsou. Se não tivesse o dinheiro, teríamos perdido alguns milhões, enquanto outros contribuintes receberam o mesmo benefício. Mas isso ninguém se manifestou até hoje, nunca escreveu uma linha para dizer. O CT veio depois – concluiu.

Cabe ressaltar que, recentemente, as obras do centro de treinamentos foram paralisadas porque o teto de débito, previsto em contrato, fora atingido. Tão logo o Fluminense reembolse Pedro Antônio, os trabalhos voltarão ao ritmo normal. Ao todo, Pedro Antônio já emprestou, aproximadamente, R$ 32 milhões ao Fluminense nos últimos três anos.

Planilha com todos os empréstimos de Pedro Antônio ao Fluminense
Planilha com todos os empréstimos de Pedro Antônio ao Fluminense