Embora não frequente o Fluminense há cerca de dois anos, o ex-diretor geral do clube, Jackson Vasconcelos, continua dando seus pitacos sobre os acontecimentos mais importantes da política tricolor. Em novo post no seu blog pessoal, o ex-dirigente fez uma análise do resultado das eleições do clube das Laranjeiras, destacando que o torcedor deu um recado o recado de que prefere contas em dias, CT e piscinas do que títulos no futebol.
Confira na íntegra:
“Bem, acabou. Peter Siemsen venceu a terceira eleição consecutiva e desta vez com um candidato inexpressivo, contra dois pesos pesados do futebol. Eu sei que Abad não foi o candidato que Peter escolheu, quando foi reeleito. Ele tinha na cabeça, que seis anos seria tempo demais para um time sem títulos e jogos empolgantes. Vencemos a disputa pela reeleição, em 2013, com o time à caminho da segunda divisão.
Mário Bittencourt era a preferência do Peter e, “se não não for possível o Mário, quem sabe, o Celso?”, dizia ele. Depois, concluía: “Em 2014, 15 e 16, vamos segurar o time sem o risco de cair ou fazer feio, mas na sucessão, o torcedor da arquibancada vai votar e querer alguém do futebol, que entenda do assunto e traga títulos”.
Contudo, Peter venceu a eleição com um candidato que, certamente, não tem jeito, nem cara de entender como funciona o futebol. Abad não escondeu isso. Durante a campanha confessou com todas as letras e veemência, que, como nada entende de futebol, escolherá quem entenda e pagará preços módicos pelo profissional.
E, de fato, não se vê nos olhos do novo Presidente do Fluminense, nem nas palavras dele, a emoção de um torcedor. Se vê o que ele, verdadeiramente, é. Um auditor da receita federal, um tipo que sabe fazer contas, emitir “talão” pra punir sonegador e ponto. Um auditor que a partir de hoje, rezará todas as rezas para não ter que emitir “talão” de multas contra o histórico sonegador time de futebol.
Mas, como pode o Trump surpreender, se ouvir os Republicanos tradicionais, Abad também poderá se, ao contrário, abandonar as ideias malucas da Flusócio e de outras tralhas que abençoaram a campanha dele.
O recado das urnas do Fluminense está claríssimo. O torcedor que votou não dá importância à conquista de títulos, às vitórias no campo ou mesmo aos técnicos ou jogadores de ponta.
Celso Barros seria o presidente dos títulos. Mário Bittencourt e Tenório, também, apesar da experiência ruim do Mário como Vice-Presidente de Futebol. Na musiquinha de campanha, com letra sem gramática, Mário e Tenório afirmaram que “viram o jogo, que sabem do lance. Quero ver o Flu campeão”.
Como agiram em 2013, os eleitores que decidiram a eleição deste ano escolheram o mito das contas equilibradas, um Centro de Treinamento bem estruturado, o futebol de formação, piscinas e quadras de tênis limpas e a promessa de um ginásio reformado à possibilidade, ainda que remota, de ter um estádio de futebol.
Eles também disseram querer um time de futebol bem arrumado, mas que, por enquanto, jogue lá pelos cantos da Europa, numa cidadezinha localizada na fronteira da Eslováquia com a Hungria. Lugar onde os garotos do Fluminense têm um clima frio para conservar por muitos anos a esperança de serem campeões.
O Fluminense levou 26 anos para levantar a Taça de Campeão Brasileiro em 2010. Com sede, não quis esperar outros tantos anos. Em 2012, repetiu a façanha e levou no conjunto a Taça de Campeão Estadual. Então, deixou claro, que está disposto a esperar, se preciso for, mais 26 anos ou o dobro disso, para conquistar outra Taça. Moisés, o líder religioso do povo de Israel, viveu 126 anos, mas não o tempo suficiente para conhecer a terra prometida. O exemplo dele pode servir de apoio ao torcedor Peter Siemsen.
E “Deus salve a Rainha!”, como dizem os ingleses.”