Pelo segundo fim de semana seguido, os resultados da rodada favoreceram o Fluminense em seu desafio por uma das vagas na Libertadores. Grêmio, Corinthians e Botafogo tropeçaram diante de adversários nitidamente inferiores. O problema é que o Tricolor fez o mesmo e ficou no 2 a 2 com o Vitória, em sua volta ao Maracanã.
Natural que o gol no final da partida, marcado por Marinho, arrefecesse os ânimos dos tricolores. Àquela altura, o time chegava aos 50 pontos e passaria a noite de sexta no G6. Mas o empate não apenas deixou o Fluminense em oitavo como abriu possibilidade de seus concorrentes diretos distanciarem.
Felizmente, não aconteceu. Com exceção do Atlético-PR, atual sexto colocado, com 51 pontos, três a mais do que o Flu. O Furacão venceu o Cruzeiro por 1 a 0, num golpe de sorte (um gol contra), mas ainda terá de cruzar os bigodes com o time de Levir Culpi no Rio de Janeiro, em um confronto direto por uma vaga na competição internacional.
Outra novidade que promete facilitar a vida do Fluminense é a muito provável classificação do Atlético-MG à decisão da Copa do Brasil. O Galo venceu o Internacional por 2 a 1 no Beira-Rio e terá apenas que administrar uma confortável situação no jogo de volta contra um time assombrado com a possibilidade de uma queda histórica no Campeonato Brasileiro.
Com o Atlético-MG na finalíssima, a possibilidade do G6 do Brasileirão virar G7 passa a ser de 50%. Isto se o Grêmio, provável outro finalista, também não terminar entre os seis primeiros do Brasileiro. Neste caso, a abertura da vaga para o sétimo colocado passaria de dúvida a certeza.
É impossível prever se o destino premiará nesta reta de chegada o Fluminense, que, verdade seja dita, vem cometendo desatino atrás de desatino. Gum e Wellington Silva, por exemplo, parecem fazer rodízio de falhas individuais. Contra o Vitória, foi a vez do lateral.
Levir insiste também com a tese de que o time tem regularidade nas atuações e que oscila apenas nos resultados. Não é exatamente uma verdade, já que o time vem se notabilizando por atuar bem apenas em um dos tempos da partida, como aconteceu pela enésima vez na última sexta-feira.
Com 15 pontos em disputa e com a grande possibilidade de o sétimo colocado também se classificar, talvez o Flu nem precise das tais quatro vitórias das contas de Levir. O time também não tem uma tabela difícil, mas precisa se mancar.
Terminar este Brasileiro com farta distribuição de vagas sem qualquer uma delas depois de estar na porta do G4 há tão pouco tempo consistiria num fracasso retumbante. As cartas estão na mesa, as possibilidades são reais, e o time tem obrigação de suar um litro certinho por um fim de ano mais digno.
***
Quer ler mais deste colunista? Então acesse o Blog Terno e Gravatinha, há dez anos no ar, e saiba da homenagem feita pela torcida a Carlos Alberto Torres, o Capita, morto na última terça-feira.