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A derrota para o São Paulo só comprovou que esse burburio jurídico/político não faz bem a ninguém, nem ao Fluminense. O Centro de Treinamentos caminha a passos largos, mas será usado para a preparação para o Estadual?! É inacreditável que nenhuma alma na administração do clube consiga perceber que a estratégia extra-campo está arruinando as pretensões tricolores no campeonato.

A torcida, infelizmente, já se acostumou com tal prática. Nas vezes passadas, quando os rebaixamentos foram revertidos e a razão tricolor foi comprovada, ainda existia uma certa manifestação pautada pela efusividade antiga dos cartolas sem a mínima imaginação sobre as conseqüências de seus atos jurídicos. Mas agora o presidente é dono de um dos maiores escritórios de advocacia da América Latina, uma das coordenadoras gerais do clube é advogada, e o personagem que responde pelos processos do clube (e nas horas vagas brinca de vice remunerado) é reconhecidamente um entendedor do direito esportivo. Todos eles sabem de uma máxima popular: ninguém confia em advogados. E se eles respondem por todas as ações da instituição, as levando para a esfera dos tribunais sempre que possível, a imagem da desconfiança geral é de atribuição inevitável ao clube.

 
 
 

Toda hora é um berro diferente, é uma entrevista chorosa, é uma ação. Troca-se um ponto contra o Flamengo (por uma rivalidade que não resolve nada nas pretensões atuais da tabela) pela aniquilação da tranqüilidade que abre as portas para um São Paulo dentro de casa. Isso é instabilidade geral. O Fluminense precisa subir na tabela e ponto. Amassem as suas cartolas e afrouxem suas gravatas de louváveis “doutores”. A imprensa massacra o Fluminense, todos os clubes começam a se movimentar contra o Tricolor, a arbitragem já entra com péssima vontade e tudo mais que se possa imaginar está dilacerando a atividade principal do clube: o futebol.

A hora é agora. Os dirigentes precisam convergir suas ações para o crescimento do time literalmente em campo. Essa reta final tem que ser decidida nas partidas, na qualidade ou na porrada. A vaga na Copa Libertadores está escapando e o que o comando faz é gritar. Guardem essa pilha de processos lá no fundo da rouparia e incendeiem os guerreiros da equipe, e não mais todo o resto da opinião pública. Para isso, de preferência, botem fogo na única bandeira de torcida que tem foto de advogado no país do futebol e rasguem de vez essa página ridícula na trajetória do clube que nunca foi de regatas, mas sim “é a História” do jogo mais jogado nessa terra em que os direitos nunca foram sinônimos de vitórias.