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Nobres tricolores,

 
 
 

mesmo chovendo pra cacete, a torcida do Fluminense foi até Edson Passos na última quarta-feira. De dia, sem cair água do céu, atende, com churrasquinhos de gato e cerveja nos arredores. Mas à noite o camarada tem de ser corajoso.

Sem se preocupar, o tricolor apoiou. Gritou, cantou, xingou e saiu de lá ensopado, com um amargo empate. Contra um esfacelado Corinthians, o Fluminense fez um jogo igual, para ser benevolente. Ah, pera aí, vamos ser sinceros? O time do Cristóvão foi melhor. Aceitem que dói menos.

No primeiro tempo, a chuva, as dimensões reduzidas do campo e a mediocridade dos times nos proporcionaram uma partida feia. O Fluminense fez um gol de rebote, rondou a área corintiana e nada mais. O adversário nem isso.

Mas no segundo tempo, os caras queriam, pelo menos, um gol. Pelas minhas contas, foram quatro oportunidades. O Flu, inexplicavelmente, recuou. Deu espaço, que até então não tinha, e tomou. William Matheus errou na saída de bola, Gum saiu para fazer linha de impedimento, mas não combinou com Henrique, que ficou estático. Sozinho, Rodriguinho balançou a rede.

Nervoso, o Fluminense tentou buscar o gol, mas não tinha ordenação alguma, nem qualidade para sair jogando. O Corinthians, de Léo Príncipe, Marlone e depois Willians perdia contra-ataques. Não virou porque também faltou talento. No fim, o conformismo geral. “Os dois poderiam ter vencido”, “jogo equilibrado”, “são dois grandes do futebol brasileiro”.

Eis o dilema: O Flu não desenvolve porque tem um treinador deveras resignado ou chegou no limite? Com caneta ou um mouse nas mãos, não hesitaria em votar nas duas alternativas. Mas o problema não seria resolvido.

Já foi tratado neste espaço e, possivelmente, em outros. Levir Culpi é um treinador em final de carreira, com a vida ganha e não me surpreenderia, após pendurar o boné, se integrasse a mesa do Fox Sports, com aquela galera que brinca mais do que debate. Ou então no Extraordinários, do Sportv, fazendo graça com a Maitê Proença.

O stand-up do Levir perdeu o “taime”. O Fluminense não joga bom futebol. Tem vontade sim, garra, mas não anima. E volta o impasse: a culpa é de sua submissão ou é impossível tirar leite de pedra?

Com serenidade, parcimônia, erraríamos se votássemos na opção corriqueira. Há defeitos claros no trabalho do Levir. Como identificá-los ao ponto de assegurar que o Tricolor não rende por culpa de seu treinador? Podemos citar o pouco treinamento, quantidade mesmo, inexistência de variação de jogadas, lances ensaiados, falta de padrão tático… Mas apenas cumpriríamos a cartilha da galera que só se preocupa na perpetuação do poder.

O Fluminense é abarrotado de jogadores medianos e ruins. Várias equipes no Brasil são assim, Mas conseguem ser, apenas, competitivas. E isso, talvez contrariando alguns, o time do Levir é. Quando encara de frente um Palmeiras, não resiste. Porém equipara com a maioria.

Marquinho, Aquino, Danilinho, Henrique Dourado. Esperar o que? Wellington, como disse o amigo Rodrigo Joe, é igualzinho ao do DVD. No meio da normalidade, sai um pouco da curva. Isso até dar um drible a mais ou buscar insistentemente a falta perto da área.

Símbolo da medianidade (não mediunidade, hein), Marquinho não jogou nada. Fez o gol, ok, mas pouco apareceu. Se com 25 anos, cheio de gás, não tinha capacidade cerebral pra comandar um meio-campo, não teria com 30. Danilinho é o “falso veloz”. Não vai demorar para o primeiro comentário pintar: “falso jogador também”. Henrique Dourado é um brigador. Luta por cada espaço no ataque, disputa com os zagueiros. Mas quando a bola chega….como maltrata a coitada!

Valorizo cada um que dispendeu de seu precioso tempo para ir a Edson Passos. Tenho certeza, entretanto, que a saudade de ver o Flu de perto foi maior do que a esperança em conquistar algum título expressivo neste ano. Mas a insatisfação com a mediocridade instaurada no Fluminense há, pelo menos, três anos, foi traduzida em vaias no fim do jogo. Elas dão esperança de dias melhores.

Com novo presidente, nova diretoria, também contrataria novo técnico. Mas sem um novo elenco, o futebol jogado continuará sendo primitivo. No mais, COM LEVIR, ganhar logo cinco partidas no Brasileiro e torcer por um 2017 à altura do Fluminense.

tricoladas3

– Contrataram quatro meias e continuamos sem massa encefálica

– Marquinho é carregador de piano, não o pianista

– Já pode levantar o cartaz do Ceifador? “Eu já sabia!”

– Esquece o Danilinho, Levir!

– O Flu de 2016: Scarpa corta para o meio e chuta.

 

Um grande abraço e saudações!

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