NETFLU foi censurado pela diretoria do Fluminense

O veto e censura da diretoria do Fluminense em relação ao NETFLU ainda rende como assunto. No site “Panorama Tricolor”, os cronistas Paulo Roberto Andel e Felipe Fleury falaram sobre a proibição do portal em fazer a cobertura diária da equipe nas Laranjeiras ou qualquer outro local.

Ambos se posicionaram contra tal proibição e falam em respeito ao trabalho do NETFLU. Veja abaixo a íntegra de seus posts publicados no site “Panorama Tricolor”:

 
 
 

“NetFlu e o devido respeito (por Felipe Fleury)

Enquanto Michael Phelps continua fazendo história e David Lee fazendo mais marketing que o Marketing Tricolor, o NetFlu permanece fora do Fluminense.

Sem qualquer justificativa da alta Administração Tricolor, o abuso se perpetua no tempo.

Isso tem uma explicação: não se justifica o injustificável. Mas, de fora, todos podemos imaginar os motivos. Estamos em ano de eleições no clube e notícias ruins não são bem-vindas a quem pretende emplacar um sucessor.

Mesmo que essas supostas “más notícias” sejam veiculadas por um site que tem por objeto a informação, doa a quem doer.

E informação é diferente de opinião. A informação, no jornalismo ético, é o fato noticiado tal qual ocorreu, notório ou confirmado por fontes idôneas e contraditado sempre que possível. A opinião, ao contrário, é a manifestação subjetiva do articulista acerca de determinado tema ou fato, ou seja, nem sempre é o que ocorre, mas é como o autor vê ou sente o que acontece ao seu redor.

A informação jornalística deve ser imparcial. A opinião não precisa sê-lo.

Está aí o motivo pelo qual a NetFlu continua alijada do direito de informar o torcedor tricolor: a parcialidade, segundo os olhos da Administração do Fluminense.

Dado o elevado alcance do site, evidentemente, qualquer matéria que exponha as mazelas da atual gestão tricolor pode causar prejuízos que repercutirão no pleito de novembro. Daí a represália.

Dar ao NetFlu, porém, a pecha de parcial, é também outra injustiça. A parcialidade está em todos nós, que temos sentimentos. A parcialidade só não está no estoico.

Um juiz eleitoral que julga uma causa que envolva um partido político nem sempre coaduna com os seus dogmas partidários. Provavelmente votou, escolheu seus candidatos e possui uma identidade política própria. Mas é preciso julgar com isenção, afastar seus desejos pessoais e aplicar a lei. A isso se chama imparcialidade.

Ser imparcial não é não ter vontade própria ou desejos e preferências recônditos, ser imparcial é não deixar que isso afete a sua decisão ou a sua manifestação profissional, qualquer que seja.

Não me parece, portanto, que o NetFlu, ao reportar o dia a dia do Fluminense seja parcial ou atue contra os interesses de quem quer que seja, senão contra a mesquinhez e o autoritarismo de quem põe seus objetivos pessoais acima dos do clube.

Michael Phelps é mito. David Lee é tricolor. E a NetFlu deve ser respeitada como instituição jornalística a serviço do torcedor tricolor, e de mais ninguém. Simples assim.”

“NetFlu, jornalismo, opinião e lembranças aos esquecidos (por Paulo-Roberto Andel)

Primeiramente, o fundamental, o que está acima de todas as coisas, o mais importante: que o Fluminense neste domingo consiga uma expressiva vitória sobre o sempre incômodo América Mineiro e melhore sua classificação neste Brasileirão 2016. Torcer contra é meu cacete duro!

Mas neste sábado olímpico venho tratar de outro assunto, que considero grave e, por isso, deixo de lado minha folga de hoje.

Em seus quatro anos de vida, o PANORAMA tem pautado suas diretrizes pela pluralidade de opiniões e pelo respeito mútuo, o que é fundamental para se entender a dimensão desta coluna. Aqui nossa regra é a pluralidade sem censura: quem tiver dúvidas basta ler as recentes – e díspares – colunas de Marcus Vinicius Caldeira e Felipe Fleury. Aliás, que não percam tempo em estimular rivalidades entre mim e Caldeira por conta da situação x oposição no Fluminense: quando começamos nossos debates, hoje regados a deliciosos chopes dourados da realidade, a grande esperança do Fluminense se chamava Ricardo Pinto, com Ribamar de coordenador de jogadas.

Censura? Basta ler Rogerio Skylab – que desafia definições – e Alva Benigno – esta, a maior escritora de literatura gay voltada para o futebol no Brasil.

Aqui não é propaganda, mas atitude.

Infelizmente, sei que não ocorre fidalguia e até mesmo racionalidade quando o assunto é política do Flu pelo mundo afora, principalmente hoje nestes tempos de redes sociais a poucos meses da eleição presidencial do clube.

As discussões sobre ideias são infeliz e comumente trocadas por agressivas acusações pessoais, leviandades, infâmias e covardias que naturalmente só são proferidas eletronicamente, até porque para alguns falta hombridade de repeti-las cara a cara.

E só quem perde com essa baixeza de espírito é o Fluminense, ao contrário de quem opta por este tipo de comportamento visando exclusivamente benefícios pessoais. Não existe nenhum panfleteiro político bonzinho a ponto de passar o dia inteiro na web ofendendo, agredindo, mentindo e distorcendo a história e a opinião alheias apenas por “amor ao Tricolor”. É como almoço grátis.

Esta postura odiosa, opressora e quase satânica de alguns chegou a tal ponto que vários torcedores estão autoexilados do clube, das arquibancadas e tudo o que cerca o Fluminense – e ninguém é tão ignorante a ponto de imaginar que lotar o estádio de Edson Passos é uma “grande vitória tricolor”, com nove mil pessoas em um clube que tem milhões de adeptos. Seria muito analfabetismo sobre a história do Tricolor.

O estímulo ao ódio de tricolores contra tricolores é abominável sob qualquer hipótese, nojento e deve ser tratado como o tumor que é, antes que venha a se tornar uma metástase em nossa torcida.

Chega ao limite máximo do patrulhamento, como se algum destes seres extraterrestres, que se autoproclamam “donos das Laranjeiras”, tivesse o poder divino de decidir os pensamentos, as opiniões e o trabalho alheios. Patético.

Por acaso, num dia desses, lembro de um suposto leitor que veio comentar sobre “minha postura lamentável” a respeito de eu “entrar no jogo” de Leandro Dias, editor da NETFLU, por ocasião da gravação do Panorama Especial da semana passada, ao mesmo tempo em que “repudiava a prática corporativa da imprensa”.

É curioso como as pessoas, em nome do estado democrático de direito, aproveitam oportunidades para os piores tiros n’água.

Chamou-me a atenção alguém ter dito que fazíamos práticas corporativas aqui, exceto se fosse um pombo-correio.

Não fazemos jornalismo, mas literatura, opinião e resgate histórico. Basta ler.

Vamos lá: temos mais de dez mil páginas publicadas em defesa do Fluminense com conteúdo 100% próprio (o maior acervo dentre todos com estas características nesta condição), mais de 20 livros e autores já publicados e é minimamente razoável imaginar que eu e nossa equipe trabalhamos aqui sem remuneração (e ainda pagando do bolso) em defesa do Fluminense, não o contrário.

Sobre “entrar no jogo” da NETFLU, é apenas uma bobagem retroalimentada pelos panfleteiros da politicagem do clube na luta pelo poder e só. Mera citação.

O que aconteceu para a gravação do nosso programa de TV foi muito simples: Leandro Dias é meu amigo, não concordo de forma alguma com a prática de censura que seu site hoje sofre do Fluminense e a minha trajetória de vida não me oferece o papel de massa de manobra, nem de ovelhinha fiel ao pastor no campo. E só. Trazê-lo ao PANORAMA foi uma oportunidade de lhe dar o direito de contraditório, algo fundamental naquele mesmo estado democrático de direito mencionado parágrafos acima. Já tivemos mais de uma centena de convidados e, quando estes tinham simpatia pela atual gestão do clube e por seu grupo político de sustentação, não foram poucos os aplausos. Por que será?

De uma parceria entre cronistas da NETFLU e do PANORAMA, mais convidados, nasceu aquela que é a mais emblemática obra de defesa institucional do clube que se tem notícia nas últimas décadas: este livro, que causou celeuma no Sportv e elevou a autoestima de milhares de tricolores, tendo esgotado sua tiragem velozmente.”