Foto: Mailson Santana/Fluminense F.C

Nobres tricolores,

o empate aos 37 do segundo tempo com o Santa Cruz foi duro de engolir. O pênalti fantasma anotado pelo Jaílson Freitas é daqueles de dar nojo, lamentar o campeonato inteiro. Dois pontos que não voltarão mais.

 
 
 

Tenho o costume de dar uma passada nas redes sociais depois dos jogos do Fluminense, seja qual for o resultado. O que percebi foi uma ira absurda com o árbitro, obviamente, com a transmissão do Sportv e uns e outros enraivecidos pela apresentação do time.

Falar sobre o Jaílson é chover no molhado. São 534 anos apitando e nem sequer foi cogitado a aspirante Fifa o que, convenhamos, não significa muita coisa. Estranho mesmo é continuar trabalhando em jogos de primeira linha. Com o baiano no apito, em nove partidas, o Fluminense venceu uma.

Sobre Luiz Carlos Júnior, não é de hoje a revolta dos tricolores. Para o desespero destes, vos afirmo que o narrador é sim torcedor do Fluminense. Talvez na tentativa de mascarar o clubismo, invariavelmente, carrega na mão quanto a alguns comentários. Na tentativa da busca pela imparcialidade, toma o efeito contrário. É tendencioso. No meu caso, me incomoda pouco. Só acho chato. Aperto o mute e sigo a vida.

Porém, o que me saltou os olhos foi a afirmação de determinados amigos de que o Fluminense não jogou absolutamente nada. Vale uma reflexão sobre os limites desse time.

Estou absolutamente convencido de que o Fluminense, atualmente, é do mesmo nível da grande maioria das outras equipes do Brasileiro. Se por um lado me dá uma esperança enorme, do outro, um profundo desgosto. O campeonato está cada vez pior. Não há prazer em assistir aos confrontos. Mas se esta é a nossa realidade, vamos que vamos.

Falta ao Fluminense equilíbrio. Não é de hoje. Temos dois volantes muito distintos e que possuem uma diferença de qualidade abissal. Cícero perto do Pierre parece um super craque. E este é um dos vacilos do nosso treinador em colocar o agora camisa 7 como peça imprescindível.

Ao contrário do amigo Rodrigo Mendes, não vejo um assassinato a escalação de Cícero como segundo volante. Jogando de meia centralizado, mais a frente, se torna numa espécie de Gerson mais velho, porém, com o extra da jogada aérea. Cícero não é um atleta cerebral, intenso. Gosto de seu aproveitamento a frente da zaga. Mas pode ser substituído se não for bem.

Minha dupla de volantes, hoje, é Edson e Douglas. O primeiro parece estar voltando a ser aquele de 2014, enquanto o garoto de Xerém possui boa qualidade no passe. Sem um camisa 10, o Fluminense depende da participação dos caras que, antes, só carregavam o piano. Agora precisam tocar também.

Pierre é o típico cabeça de área da década de 1990. Volante pára-brisas. Só toca de lado, raramente passa da linha do meio-campo e joga mais deitado do que em pé. O rei dos carrinhos! Cícero não é craque, mas se a bola não passar pelos pés dele, não sai da intermediária defensiva. Entretanto, não tem arranque. Ficamos reféns de um lançamento ou um passe vertical que nem sempre acontecem com excelência.

O que dificulta ainda a fluência do jogo do Fluminense são os laterais. Não chegam à linha de fundo. Pela direita, Jonathan tem inegáveis limitações físicas, enquanto do outro lado, Wellington Silva, torto, tem de usar o “pé bom” para, geralmente, tocar no meio.

No duelo com o Santa Cruz faltava um elemento surpresa para furar o bloqueio bem montado pelo Milton Mendes. Se em campo não tínhamos quem pudesse, com dribles, tirar dois, três da marcação, contávamos com Edson no banco. Suas arrancadas seriam cruciais para desarmar a defesa pernambucana. O 4-2-4 de Levir se tornou improdutivo, logo inócuo.

No segundo tempo percebeu que faltava vivacidade no meio-campo. Mas errou ao optar por Gerson, que morcega em campo. Por outro lado, é o nosso única meia disponível. Sinuca de bico.

O Fluminense jogou exatamente aquilo que eu esperava. Um futebol restrito, parco, que pode ser um pouquinho melhor num embate, pior noutro. Esse elenco não é capaz de produzir muito mais do que vimos no sábado. Só com reforços.

E não serão Maranhão e William Matheus que nos colocarão em outro patamar. O primeiro chega para disputar posição, quando, na realidade, precisaríamos de alguém que vestisse a camisa de titular sem titubeios. Na esquerda, William deve ser titular por pura falta de opção. A expectativa é a de que o camisa 10 seja, realmente, diferente da maioria e nos situe num estágio acima dos demais.

 

tricoladas3

– Richarlison está completamente perdido no esquema do Levir

– Não sabe se é atacante, meia, centroavante…

– Apesar da limitação, é possível brigar de igual para igual com os demais

– O Brasileirão de 2016 será vencido pelo menos pior

– Lamentável o Sportv ter ignorado o suposto pênalti de Fred no fim da partida

– Suposto porque não tivemos a oportunidade de rever o lance

 

Um grande abraço e saudações! Siga-me no twitter: @LeandroDiasNF e não esqueça de conferir o Marca um 10! no youtube!