Pivô da rivalidade ter se acirrado entre Fluminense e Atlético-PR, Ricardo Pinto garante que não iniciou a confusão nas Laranjeiras, pelo Brasileiro de 1996. O ex-goleiro dá sua versão sobre a briga generalizada no gramado do Estádio Manoel Schwartz.

– Não houve provocação. Eram dois clubes em momentos diferentes. Eu não tinha mais compromisso com o Flu, defendia outra equipe. Houve a briga e um idiota me acertou por trás. Aquela agressão covarde mudou a minha vida. Fiquei três meses sem jogar e me aposentei em 1999. Nunca mais foi a mesma coisa, eu não tinha mais alegria de jogar e concentrar, ficava preocupado em alguns jogos. Foi um episódio triste e espero que tenha servido para alguma coisa. Pelo menos os jogos nas Laranjeiras pararam de acontecer um pouco depois (NR: o último jogo no estádio do Flu foi em 2003, sete anos depois da briga). Guardo aquele episódio com parte da minha historia, não guardo com carinho e nem com raiva – lembra Ricardo, que nunca mais quis voltar às Laranjeiras:

 
 
 

– Já estavam jogando pilhas e outras coisas em mim antes de o jogo terminar. As pilhas vinham com tanta força que furavam o gramado. Se me acertassem, eu já teria ido para o hospital antes. Chamei o juiz, avisei, disse que não havia segurança e ele não me deu atenção. O goleiro do Flu (Leo), aquele louco, saia da área dele para me agredir nos escanteios. Não revidei. Claro que retardei o jogo em alguns momentos, não sou bobo. Não queria que o Flu caísse, mas queria ganhar. Depois daquele dia, nunca mais pisei nas Laranjeiras. Não foi por falta de vontade ou oportunidade. Mas eu sabia que chegaria lá e só falariam da briga. Minha história no Flu é muito maior do que isso. Esse fato me deixa triste e até hoje não voltei ao Fluminense por causa disso.