flusocio2Sem o Maracanã, o Fluminense está desalojado. Por isso, a Flusócio, em nova postagem, se põe a discutir sobre a construção de um novo estádio. O tema é sensível dentro do clube. Segundo o grupo político de apoio à administração Peter Siemsen, é possível encaminhar um projeto para que o próximo presidente conclua. Veja o post na íntegra:

 

 
 
 

Precisamos falar sobre nosso estádio

O tema volta à tona e é inevitável. Recentemente, o Globoesporte fez uma matéria levantando todos os milhares de quilômetros já percorridos pela dupla Fla-Flu neste início de ano por conta da falta de um estádio para jogar no Rio de Janeiro. A coluna Flupress, do Gustavo Albuquerque, reforçou o tema ontem e muitos comentários aqui também sempre chegam ao ponto: o Fluminense precisa de uma nova casa própria para mandar suas partidas.

O cenário atual do Maracanã é absurdamente surreal. Além do peso de estar sempre envolto pela névoa de obras superfaturadas para a Copa, o estádio segue fechado para futebol, sendo utilizado para apenas para shows: Rolling Stones recentemente e agora o Coldplay, em breve, terão um palco montado no outrora maior do mundo. Fla e Flu, desalojados à força, têm culpa no cartório por não terem se programado a encontrar outra solução viável para este período dentro da cidade, entre os muitos estádios pequenos e médios espalhados por aqui: Moça Bonita, Ilha, Ítalo del Cima, o abandonado Caio Martins ou mesmo Edson Passos reformado e ampliado, o que felizmente parece ser o remédio para o brasileiro e Copa do Brasil.

Além disso, o Maracanã, mesmo de volta, seguirá como uma grande incógnita, já que o próprio consórcio havia praticamente desligado as operações e manifestava publicamente desejo de devolvê-lo ao Governo do Rio de Janeiro antes da paralisação. O Flamengo sinaliza com a vontade de administrar o complexo, mas também segue buscando um lugar próprio, assim como o Fluminense.

Assim, este é um projeto delicado e vital para nosso futuro, que não será entregue até dezembro, mas pode sim ter ao menos suas linhas mestras definidas até lá:

1) A capacidade deve ser por volta de 40 mil espectadores. Não adianta subir um novo estádio menor (para 10, 15 ou 20 mil) e depois seguir como nômades nos grandes jogos. Com 40mil lugares, podemos jogar todas as grande finais (Copa do Brasil, Brasileiro, Sulamericana e Libertadores) sem mudar de sede. Isso faz TODA a diferença: jogadores já acostumados com instalações e gramado, torcida já acostumada com localização dentro do campo e com acesso e o “fator casa” muito bem definido, essencial nas disputas de ponta. Além disso, com 40 mil ingressos disponíveis consegue-se criar demanda no sócio-futebol, já que há ameaça real de não haver entradas nas bilheterias em grandes jogos. O Flu tem hoje perto de 25 mil inscritos no sócio-futebol, essa massa, além de fazer grande presença em um estádio desse porte, também forçaria outros torcedores a se associarem e terem seu lugar “carimbado” na nova casa. No Maracanã, com seus quase infinitos 70 mil lugares, isso dificilmente ocorreria.

2) O estádio deve ser milimetricamente projetado para jogar a favor do Fluminense. A torcida não quer luxo ou arenas padrão-FIFA, e sim um espaço funcional, que aterrorize adversários e contemple todos os tipos de torcedores (aqueles que gostam de ver o jogo em pé, outros com a família, espaço de camarotes, espaço com preço popular se possível etc). O campo do Borussia Dortmund, por exemplo, tem um grande setor sem cadeiras que se transforma na “Muralha Amarela”, um paredão assustador que se torna também um cartão-postal e motivo de engajamento para os torcedores (os ingressos são vendidos com muita antecedência e estão sempre esgotado para esta parte do estádio). Ontem, tivemos mais um bom exemplo bem aqui perto: o Peñarol inaugurou o “Campeón del Siglo”, construção que abriga um máximo de 43 mil torcedores e custou 40 milhões de dólares, uma piada se comparado aos custos das sedes da Copa de 2014 por aqui. O estádio não tem luxo e sequer cobertura em algumas partes, mas certamente servirá como arma importante ao já copeiríssimo time uruguaio.

O desejo é urgente, este é um projeto crucial e que pode ser encaminhado ainda na gestão Peter, mas precisamos de cuidados nestas definições básicas. Se vamos fazer, que seja bem feito, definitivo e nos livre de continuarmos nômades mesmo com casa própria.


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