(Agência Ferj)
(Agência Ferj)

Rubens Lopes vem adotando medidas para se perpetuar no poder da Federação de Futebol do Rio de Janeiro. Em troca de apoio, os clubes de menor investimento do estado são subsidiados pela Ferj e ainda ficam isentos de pagar taxas em jogos entre si. A apuração é da revista Época. São três as medidas para auxiliar os pequenos.

A primeira: A federação deixou de cobrar a taxa de 10% sobre a receita bruta de partidas entre times “pequenos”. Quando um deles enfrenta um dos quatro “grandes”, a taxa é mantida. A renda abdicada pela Ferj nas quatro partidas, que não tiveram os quatro populares na primeira rodada, naturalmente, foi baixa – R$ 2,7 mil. Com públicos entre 400 e 800 espectadores por jogo, as rendas eram pequenas.

 
 
 

Segunda: A entidade passou a arcar com os custos operacionais de partidas entre os menores clubes. Quadro móvel, aluguéis, iluminação. Nos boletins financeiros publicados pela federação na terça-feira (2), constam apenas impostos. Volta Redonda e Bangu, que jogaram contra Fluminense e Vasco respectivamente no Raulino de Oliveira e em São Januário, arcaram com R$ 83,2 mil e R$ 91,1 mil em despesas. O Bonsucesso, Cabofriense, Friburguense e a Portuguesa pagaram valores 20 vezes menores, entre R$ 530 e R$ 3,8 mil. A federação explicou que despesas subsidiadas estão descritas nos borderôs como “bônus”. Elas somaram R$ 30 mil na rodada.

Terceira: A Ferj começou a pagar “prêmios” aos times pequenos que saem vitoriosos. São R$ 10 mil para o vencedor e R$ 5 mil para cada em caso de empate. Resende, Macaé e Tigres levaram a cota máxima. America e Cabofriense racharam. O dinheiro sai direto do caixa da federação para a conta bancária do clube e não tem qualquer restrição. Ele o gasta como quiser. Na primeira rodada, R$ 40 mil foram distribuídos. O Volta Redonda, apesar de ter vencido o Fluminense, não foi premiado – o incentivo só vale entre “pequenos”.

As receitas líquidas dos mandantes na primeira rodada do Carioca
Bonsucesso: R$ 4.070,00
Volta Redonda: – R$ 16.065,61
Vasco: R$ 18.152,38
Cabofriense: R$ 4.835,00 (+R$ 5.000)
Friburguense: R$ 7.862,15 (+R$ 10.000)
Portuguesa-RJ: R$ 4.082,35 (+R$ 10.000)
Bangu: – R$ 32.894,76
Flamengo: R$ 17.758,80

As receitas líquidas dos visitantes na primeira rodada do Carioca
Resende: R$ 0 (+R$ 10.000)
Fluminense: – R$ 24.098,41
Madureira:  R$ 12.101,59
América-RJ: R$ 0 (+R$ 5.000)
Macaé: R$ 0
Tigres: R$ 0
Botafogo: – R$ 21.929,84
Boavista: R$ 20.207,66

A federação também tornou os boletins financeiros das partidas entre “pequenos” menos transparentes. O borderô de um jogo com um “grande” mostra quais foram os gastos com taxa de ambulância, taxa de bombeiros, taxa de iluminação, entre outros. O documento de um jogo sem um deles mostra só impostos. A entidade alega que o “excesso de transparência” de antes fazia com que a imprensa fizesse comparações para criticá-la – como, por exemplo, dizer que a taxa de ambulância foi maior do que o lucro de um time de futebol.


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