Embora Mário Bittencourt, vice-presidente de futebol do Fluminense, considere o Flamengo o maior rival do clube, o o Vasco tem sido uma pedra no sapato. Mais fora do que dentro de campo. Por isso, o site da ESPN Brasil fez um histórico das confusões entre os dois clubes que acirraram ainda mais a rivalidade em 2015. Relembre:
A primeira queda de braço entre os dois clubes foi no Carioca e envolveu o Maracanã. Historicamente, a torcida do Vasco sempre ficou à direita das cabines de rádio e TV do estádio. O Fluminense, no entanto, tem em seu contrato com o Consórcio Maracanã o direito de escolher o lado onde ficarão seus torcedores – e a parte escolhida foi justamente a mesma do rival cruzmaltino.
No Carioca, o jogo acabou sendo disputado no Engenhão. “Meu amigo, não importa. Vocês voltam sempre nesse assunto. Não importa se é a CBF, se a Federação do Rio ou se é a Liga da Marte. O que importa é que a gente não vai se nossa torcida não ficar no lugar tradicional” disse o presidente vascaíno, Eurico Miranda na ocasião.
No Brasileiro, o Vasco entrou com ação na Justiça para fazer prevalecer o que julgava ser seu direito de ficar do lado direito das cabines de imprensa no jogo pelo primeiro turno. A liminar, que ainda previa a busca e apreensão do contrato entre Flu e o Consórcio gestor do estádio, foi negada.
Em junho deste ano, semanas antes do primeiro clássico pela Série A, o presidente do Flu, Peter Siemsen, afirmou no Twitter que ingressos para visitantes seriam para o lado esquerdo do estádio. Ele ainda disse que o time não aceitaria “intervencionismo, como ocorreu diversas vezes no Campeonato Carioca.”
POLÍTICA
Na política, Fluminense e Vasco também estão em lados opostos. A equipe tricolor, ao lado do Flamengo, rompeu com a Federação de Futebol do Rio de Janeiro e irá disputar a Primeira Liga no ano que vem. O campeonato reúne equipes de Minas Gerais e de estados do Sul do Brasil.
O Vasco, ao lado do Botafogo, se mantém fiel à Ferj e vê como ‘imoral’ a realização do torneio também chamado de Sul-Minas-Rio.
RONALDINHO
Os dois clubes também batalharam pela contratação de Ronaldinho Gaúcho. No dia 22 de junho, Eurico chegou a dizer que o Vasco estava 90% certo com meia, que havia rescindido com o Querétaro, do México.
“Estamos elaborando um projeto chamado ‘Ronaldinho Gaúcho-Vasco’ e está bastante adiantado. Eu diria que em termos de percentual está para 90%, mas isso faz parte de um projeto que estamos fazendo e que depois terá a divulgação necessária. Se querem saber de uma coisa, já falei com o jogador e ele se interessa, ele ficou muito satisfeito com essa possibilidade. Só estamos tratando de elaborar o projeto. Faltam só 10%”, disse à época.
Quase três semanas depois, o jogador foi anunciado – mas pelo Fluminense. E o marketing do clube não deixou barato e fez uma provocação ao rival. Em vídeo, o clube colocou “90% +10 = 100% Tricolor”. A passagem, porém, não foi feliz dentro de campo: foram apenas nove jogos em dois meses e rescisão antecipada do contrato. Oficialmente, o time diz que o jogador cumpriu as expectativas em termos de marketing e na adesão de novos sócios.
CLÁSSICO QUENTE
O primeiro clássico pelo Campeonato Brasileiro foi quente dentro de campo. O Vasco venceu por 2 a 1, naquela que foi apenas sua terceira vitória em 14 jogos pelo torneio nacional. No jogo, o atacante Fred e o zagueiro Rodrigo se desentenderam ao longo de todo duelo e trocaram ofensa após o fim do jogo – uma intervenção precisou ser feita após a partida.
Após o jogo, o técnico Enderson Moreira, então no Fluminense, criticou o comportamento de Rodrigo. “Às vezes, ele não lembra do passado. E aproveita o momento de vitória para falar alguma coisa que possa atingir outra pessoa”.
Já Eurico aproveitou a nova vitória para cutucar. Em comunicado no site do clube, ele afirmou que a “história não se muda com canetadas”. “História se constrói com vitórias. Por isso ganhamos de novo. Para lembrar quem é maior e exatamente por isso teve o direito de escolher como iria acomodar o seu torcedor no Maracanã. Que sirva de lição”, afirma a nota. Em coletiva no dia seguinte ao jogo, Eurico disse que o Vasco vencia o Fluminense em qualquer lugar, inclusive no asfalto.
Aquele jogo aumentou o tabu dos tricolores: três anos e 10 partidas sem vencer o rival. O jejum acabou no dia 1 de novembro, quando o Flu venceu o rival por 1 a 0 no Engenhão.