O Botafogo venceu o Luverdense por 1 a 0, fora de casa, na última terça-feira e está matematicamente garantido na elite do Campeonato Brasileiro em 2016. Em um post nas redes sociais, o clube, claramente, provoca o Fluminense, mesmo sem citar o nome, ao escrever que subiu “no campo”. Mas a história mostra que o Alvinegro se beneficiou algumas vezes com permanências na Série A por fatos ocorridos extracampo.
Circula nas redes sociais reportagens sobre o Brasileirão de 1999, quando o Botafogo se livrou do rebaixamento graças a uma manobra em que pontos da vitória do São Paulo sobre o time do Rio, perdidos pela descoberta de que o atacante Sandro Hiroshi tinha adulterado a idade anos antes, foram para o clube da Estrela Solitária. O regulamento, já à época, previa apenas a perda de pontos do clube infrator, sem que esses fossem transferidos para outros.
Quando a história veio à tona, o Botafogo entrou com pedido para anular a goleada sofrida de 6 a 1 para o São Paulo no Morumbi em 22 de agosto e ficou com os três pontos da partida, sendo declarado vencedor por 1 a 0. Pelo mesmo motivo, no mesmo campeonato, o Internacional entrou no STJD e ficou com mais dois pontos no jogo contra o São Paulo, também no Morumbi, realizado em 10 de outubro e que terminou empatado por 2 a 2.
O Gama entendeu que só foi rebaixado pelo fato do clube carioca ter ganho os três pontos da derrota do São Paulo, entrou na Justiça e foi vitorioso. Em seguida foi criada a Copa João Havelange, que contou com o Fluminense como convidado, mantendo Gama e Botafogo na elite.
Vale lembrar que o Tricolor disputaria o Módulo B daquele campeonato, correspondente à Segunda Divisão, mas o presidente do Vasco, Eurico Miranda, se posicionou contra. Como haveria o cruzamento dos módulos, o mandatário cruzmaltino entendeu que o Flu seria beneficiado em relação aos outros grandes pois enfrentaria, em tese, times mais fracos.
Anos antes, no Brasileiro 1993, num campeonato inchado e confuso, o Botafogo ficou em último lugar em seu grupo e, incrivelmente, não foi rebaixado. O regulamento determinara um grupo de 16 clubes que não poderiam cair.
Por fim, em 1986, novamente, o “Glorioso” se salvou da queda. Foi rebaixado no campo, mas em função da criação da Copa União no ano seguinte se manteve na divisão principal do futebol brasileiro.
