Em tempos de crise econômica, o futebol brasileiro não fica fora dessa, e se vira como pode para manter um nível de competitividade. Uma das alternativas é a aposta na garotada. No Campeonato Brasileiro deste ano, 254 dos 690 jogadores que entraram em campo têm menos de 23 anos, representando mais de um terço do todo, ou 36,8%.
– Vemos muitos clubes fazendo reformulação, como Grêmio, Fluminense, Corinthians e São Paulo. O Santos retomou agora que o Dorival voltou. Eu acho que é uma tendência para o futuro esse aproveitamento de jogadores da base, até porque com a crise, esse investimento terá que acontecer. Por convicção ou por necessidade – analisa Jorge Macedo, gerente de futebol do Internacional.
Marcelo Teixeira, gerente das categorias de base do Fluminense, enaltece a valorização à base, mas faz uma ressalva:
– É um número positivo, mas temos que ser prudentes. No sub-20, o jogador atua com três grupos de idade diferentes, e no profissional, com 15 anos, ou no caso do Magno Alves, 20 anos a mais. Não é todo jogador que aguenta subir assim de uma hora para outra. Na Europa, há os times B, que ajudam o jogador nesse processo. Ele enfrenta atletas mais velhos, com bagagem, e chega aos profissionais mais preparado.
No Brasileirão, a equipe mais velha é a Chapecoense, com 28,4 anos de média de idade, seguido pelo Vasco, que tem média de 27,2. Corinthians e Atlético-MG, que estão nas duas primeiras colocações, figuram entre os seis mais velhos. O Timão é o quarto, com 27 anos de média, e o Galo é o sexto, com 26,8.
O time mais jovem do Brasileirão é o Goiás, com 24 anos de média de idade, seguido pelo Atlético-PR, com 24,1. O Grêmio, terceiro colocado no torneio, é também o terceiro mais jovem, com 24,9 de média.