A derrota para a Chapecoense por 3 a 2, a quarta em dois anos, “uniu” até os grupos políticos do Fluminense. A Flusócio, que apoia a atual gestão, e o recém-criado, Esperança Tricolor, de oposição, criticaram muito a atuação do time no último sábado e a administração do departamento de futebol.
A Flusócio, em seu site oficial, fez uma análise completa do jogo, mas também de equívocos da diretoria, especialmente quanto à algumas contratações. O Esperança, mais contundente, critica a própria Flusócio e pede as saídas do vice de futebol, Mário Bittencourt, e do diretor executivo, Fernando Simone. Confira as postagens na íntegra:
FLUSÓCIO
Mais uma noite de vergonha
O Flu praticamente se livrou do rebaixamento no último domingo, mas ainda haviam 5 ocasiões em que o time teria chance de terminar o ano tranquilo e de bem com a torcida.
Obviamente, como vem acontecendo em todo o returno, isso não aconteceu na noite de hoje no Maracanã. Em mais uma partida melancólica, com o time marcando frouxo e sem um pingo da vibração do jogo contra o Vasco, novamente perdemos para a Chapecoense. O “novamente” se aplica bem neste caso: o time catarinense, que nos goleara ano passado neste mesmo estádio e com vários jogadores atuais em campo, nos venceu em 4 dos 4 confrontos oficiais entre as equipes. Um retrospecto surreal e inacreditável se consideramos a história dos dois Clubes.
O segundo turno tem o Fluminense como pior time disparado na lanterna, com uma campanha que certamente está entre as piores dos pontos corridos em um único turno da competição: onze (O-N-Z-E) derrotas em 15 jogos.
Só para ilustrar: O Vasco, que fez bisonhos 13 pontos no primeiro turno, perdeu 12 vezes no total, apenas uma derrota a mais do que nós já temos. Infelizmente, no Fluminense atual a derrota foi banalizada de tal maneira que hoje acontece de forma quase natural, às vezes com placares elásticos, outras em jogo duros, mas quase sempre com os mesmos culpados envolvidos.
Se o time titular fraqueja por tantas vezes, então o banco é necessário para melhorar a equipe. Mas infelizmente as tétricas contratações de Magno Alves, Osvaldo, Wellington Paulista, R10 e Antônio Carlos não conseguiram mudar o panorama de jogo algum. E antes que a presença e participação destes e outros atletas que tem se mostrado inúteis seja relativizada, é importante lembrar que o Clube tem hoje dificuldades de caixa, entre outros motivos, porque os nomes trazidos para reforçar o futebol no meio do ano estouraram o orçamento. O Flu está hoje numa situação sui generis: mesmo com as maiores vendas de atletas de sua história em 2015, o Flu encerra o ano com problemas financeiros principalmente porque errou grosseiramente nas contratações que tinham por objetivo encorpar o grupo.
Está sendo lamentável e vergonhosa nossa segunda metade de campeonato, algo indigno de Fluminense. A torcida quer acreditar que este time também é capaz de marcar forte e jogar o tempo todo ligado quando não tem premiação extra envolvida, como nos grandes jogos realizados pela Copa do Brasil.
Ao comando do Futebol é sempre bom frisar que, na visão de todos, vocês serão julgados pelo resultado esportivo e pelo impacto das decisões nas finanças do Clube. A falta de dinheiro deixa de ser uma boa atenuante, principalmente depois das desastrosas contratações do meio do ano, que tornaram o time bem mais caro mas menos competitivo. Sem contar nos jogadores que chegaram e sequer jogaram, tais como João Felipe e Artur, além de outros que já foram desligados, como Guilherme Santos. Enquanto isso, peças baratas que poderiam ser úteis, tais como Biro Biro e Samuel, foram emprestados a outros times do Brasil. E dentre as apostas de 2015, o meia Vinícius, único jogador foi realmente útil dentro de campo, talvez não renove por conta de um custo muito elevado previsto em contrato para o Fluminense adquirir parte dos seus direitos econômicos, o que é lamentável pois sinaliza que o primeiro contrato foi mal elaborado.
A próxima partida é a pedreira contra o Grêmio em Porto Alegre e o jogo seguinte, contra o Avaí, não deve ser realizado no Rio. A torcida pelo jeito nem terá a chance de terminar o ano comemorando uma boa vitória no Maracanã, pois desde agosto isso infelizmente se tornou um artigo de luxo.
ESPERANÇA TRICOLOR
Faxina geral. Parem de brincar com o Fluminense!
Mas esse é o perfil atual. Se contentar com pouco. Celebrar não cair. Celebrar não ter sido tão humilhado sem a Unimed. Essa é a justificativa. Segundo entrevista do Mário esse ano foi positivo. Ou seja, chamou a torcida de burra e apequenou um gigante do futebol brasileiro. Positivo pra quem? Só se foi para ele que graças ao Fluminense é o que é.
Para explicar ao Mário e aos que compram qualquer lenda inventada por essa gestão e pela Flusócio, que talvez devesse se chamar Flasócio porque tricolores não parecem ser, o Fluminense nasceu em 21/07/1902. Até a chegada da Unimed foram 96 anos de glórias e de construção de um dos maiores clubes do mundo. Uma história repleta de ídolos, craques, títulos e grandes dirigentes. Pessoas honradas que trabalhavam por amor ao clube. Alguns desses dirigentes e atletas não tinham o Fluminense como sua principal fonte de receitas.
Não se engane o Mario, crescido na década de 90, pensando que aquele Flu de 96-99 era o Flu histórico. Não era. Foi uma época difícil. Sim, foi. Mas só um clube como o nosso conseguiria ressurgir depois de jogarem ele no poço mais escuro. A Unimed ajudou? Claro que sim. Hoje em dia é necessário um patrocinador? Claro que sim. Mas esse ano e na gestão Mário o que vimos foi uso incompetente do dinheiro e não a falta dele.
Entendam os que acham que torcer pro Flu é bater palmas para tudo. Somos um clube de 150 milhões de receita. Com o orçamento atual do futebol podemos montar com a mescla Xerém, jogadores experientes e apostas de verdade, um elenco capaz de brigar por título sempre. O Flu se acostumou a “timinhos” que de timinhos não tinham nada. O Flu era tipo o Corinthians atual que consegue ser campeão com Vagner Love no ataque. Um time aguerrido, batalhador que misturava esses três ingredientes acima para vencer.
O Fluminense do Mário não é nada disso. Jogou dinheiro fora com péssimas apostas. Investiu num fanfarrão para ser seu trampolim aos holofotes, Ronaldinho. Não conseguiu, até porque não sabe como e seu ego e necessidade de ser a estrela não permitem, montar uma comissão técnica permanente ,profissional e gabaritada grande diferencial dos clubes vencedores nesses tempos de jogadores medíocres.
Ao invés disso, trouxe além de um péssimo elenco, uma CT permanente limitada e nosso clube se tornou um saco de pancadas. Conseguiu o impensável ao trazer treinadores fracos e insossos, 4 em sequência. Enfim, se mostrou incompetente para gerir o futebol de um gigante.
O símbolo dessa gestão é o zagueiro Gum. Ninguém representa melhor nosso momento. Agradecemos a tudo o que ele fez no passado. Foi fundamental, apesar de no título de 2010 ter contado com um sistema tático que o protegia. Mas sim. Se deve reconhecer seu passado. Só que seu presente é horrível. Falha repetidamente em lances básicos e ao falhar aponta para os outros como se a culpa não fosse dele. Estamos falando do Gum e não da gestão Mário que adora ao errar colocar a culpa nos outros, na Unimed, oposição, etc. Nunca eles erram. Nunca fizeram nada de mal.
Um treinador com o aproveitamento da dupla Bittencourt/Simone já teria sido demitido. Mas infelizmente o Fluminense é vítima de um projeto de poder. A eleição do Mário a presidente está acima de tudo. Ele não pode sair do holofote. Projeto de poder, essa é a causa. Um projeto criado para inventar um novo clube. Que rasga e desrespeita sua história. Um Fluminense arrogante, vaidoso, ególatra, que acha que está acima de tudo e de todos, incluindo seus sócios e seus apaixonados torcedores. Um Fluminense que aceita derrotas e se conforma com o fracasso.
Por favor tragam nosso Fluminense de volta! Fora Mário Bittencourt e Fernando Simone.