Como já é sabido, o escritório Bittencourt & Barbosa, do qual Mário Bittencourt é sócio, presta serviço ao Fluminense há muitos anos. Entretanto, no fim de setembro, o conselheiro José Ademar Arrais Filho, ex-vice-presidente de planejamento estratégico na gestão Peter Siemsen, pediu abertura de comissão para rever as quantias do contrato da empresa de Mário e de outros, considerados por ele, como acima do valor de mercado. Anualmente, o Fluminense paga ao escritório do vice-presidente de futebol R$ 1,08 milhão, ou R$ 90 mil mensais brutos.
– Como chegaram a isso? Sem querer entrar no mérito do contrato, mas ainda vivemos uma situação financeira ruim e bato para que haja revisão. Não podemos gastar sem parâmetros. E não dá para saber porque há cláusulas de confidencialidade. É inadmissível um clube que teve mais de R$ 40 milhões de déficit na previsão orçamentária gaste sem planejamento – disse Arrais.
O presidente do Conselho Deliberativo do Tricolor, Marcus Vinícius Ferreira Bittencourt, confirmou o pedido verbal feito por Arrais:
– A formalização ainda será feita em ata. Então, não há acusação formal. Sempre vai evoluir, mas ainda não há definição – disse Marcus Vinícius, que apesar de ter Bittencourt no nome, não é parente de Mário.
Na último contrato, em vigência até 2016 e que causa debate no Conselho Deliberativo, uma das assinaturas do acordo, ao lado da de Peter, é a de Jackson Vasconcelos, então superintendente geral do clube. Nesse contrato, o valor, que era de R$ 25 mil em 2008, foi elevado a R$ 90 mil.
– Eu participei da negociação. Peter disse que Mário precisava e me convenceu. Posso dizer que foi isso que aconteceu: a justificativa de que assumiria uma área específica sem ficar caracterizado como possível remuneração de vice, o que é proibido em estatuto – lembrou Jackson.