1O promotor do Juizado Especial do Torcedor e de Grandes Eventos, Marcos Kac, explicou o motivo de o Ministério Público do Rio de Janeiro ter entrado na discussão sobre as torcidas no clássico entre Fluminense e Vasco no Maracanã. Tendo recomendado à CBF que revogasse a decisão de determinar a presença somente dos tricolores – medida que foi acatada pela entidade -, Kac explicou o motivo de considerar um retrocesso a concessão do direito de torcer no estádio a apenas um dos lados.

– Imagina uma finalíssima de Carioca entre Flamengo e Botafogo sem a torcida do Flamengo no segundo jogo. Isso criaria mais confusão do que resolveria o problema. A torcida única aqui abre um precedente perigoso. Se abrir o precedente, seria a pior das soluções para a CBF. Isso desestimularia o torcedor de ir ao estádio, teria queda de público, queda de arrecadação. No Rio Grande do Sul, quando fizeram o setor misto no Gre-Nal, todo mundo elogiou. O Rio vai no sentido contrário. É prejudicial, o torcedor acabaria pagando por um produto insosso – opinou o promotor, que criticou o pedido do presidente cruzmaltino, Eurico Miranda:

 
 
 

– Acho que é válido ele pleitear o que entende ser certo na Justiça. Ele tem o direito. Só não pode pedir para que o torcedor não vá ao jogo. Esse imbróglio todo é uma grande besteira. A discussão que o MP está não é pelo lado do campo, mas pelo direito do torcedor de ir ao jogo. Não queremos que o torcedor seja prejudicado. A CBF mostrou bom senso ao acatar, vislumbrou que não valeria a pena manter a posição. Ela quis resolver uma questão que não a afeta. O Fluminense tem contrato, o Vasco alega a questão histórica, mas os torcedores não podem ser impedidos de exercer o direito de torcer.


Sem comentários